Protocolos da Prosperidade – versão filosófica
PROTOCOLOS DA PROSPERIDADE
Sobreviver é destino, não virtude.
A vida é breve: um corpo frágil, programado para cem anos. Destruir o corpo é trair a vida.
Conviver é sacrifício.
Quem entra na sociedade já não pertence a si mesmo.
Prosperar é opção rara.
Todos podem, mas poucos ousam. O mundo é juiz impiedoso das circunstâncias.
O tempo é o bem absoluto.
Quem o perde já não existe. Ter planos é resistir ao sequestro da vida.
A sociedade exige integração.
Quem a ignora, torna-se sombra.
O dinheiro não é senhor nem servo: é artifício. Acumula-se, e o crédito apenas paga a dívida da palavra dada.
O ser humano é medido no equilíbrio: realismo e idealismo, sonho e sensibilidade, sempre temperados pelo riso.
Um amigo basta; dois já são dúvida; três, excesso.
A família resume-se ao cônjuge e aos filhos. Tudo o mais é aparência. O único temor é a desonra.
Os pecados são venenos da alma: preguiça, gula, luxúria, cobiça, ira, avareza e soberba. Afaste-os como quem foge do fogo.
A religião não deve servir de muleta. Crer é pensar até o limite do humano.
O trabalho é pleno quando gera prazer. O negócio mais seguro é o que se conhece.
A política pertence aos cultos. As ideologias são máscaras, nada mais.
A justiça é implacável com os distraídos. Melhor o acordo que a batalha. E nas altas cortes, triunfa quem a manipula.
A ecologia é herança. Quem não a preserva, rouba o futuro dos filhos.
A eficiência nasce na educação, cresce na cultura e encontra sua dignidade na arte.
Sobreviver é obrigação.
Conviver é imposição.
Prosperar é escolha — e poucos a ousam.
Agenor Candido